2014 vem ai. Copa do Mundo Eleições e a Esperança de que o eleitor esteja mesmo consciente

     O cenário político eleitoral é desanimador não só em Goiás, mas no Brasil para 2014, pelo menos para quem almeja mudanças significativas de nomes e/ ou da forma de gestão com que os destinos vêm sendo conduzidos. Os protestos de Junho ecoaram pelo país com alento de que os cidadãos brasileiros estavam dispostos a dar um basta na inércia de alguns governos, ou mostrar que não aceitariam mais as regalias com que se acostumou a viver a classe política, enquanto que o cidadão de bem, trabalhador e eleitor que é, vem sendo tratado como a parte menos importante de todo este contexto.

     Na atual conjuntura, nós eleitores estamos sendo massa de manobra da classe política, mesmo alguns não concordando com tal afirmação, é exatamente isso que vem acontecendo ano após ano no Brasil inteiro. Os leões que foram para as ruas gritar a plenos pulmões por um país mais justo, costumam se comportar como mulas na hora de depositar seu voto e sua vontade na urna e invariavelmente, acabam por referendar os nomes que já detém um mandato e endossam sem pestanejar o cheque em branco, para que tanto o bom político (se é que ele existe) ou mal continuem a “representá-lo” de alguma forma.

     A Presidente Dilma Rousseff viu a sua popularidade despencar vertiginosamente, após protestos de Junho, e tratou logo de se manifestar favorável ao que pedia a voz estridente das ruas. Um plebiscito talvez fosse a melhor solução para o momento tão conturbado por que passava o país, mas sem amparo jurídico seria muito difícil vingar na terra do jeitinho brasileiro. Para não ficar para trás, os nobres Deputados e Senadores trataram de puxar as rédeas da situação, assumindo assim o controle da força tarefa que encontraria a solução que tanto pedia a população insatisfeita, que foi às ruas para deixar bem claro que não concordava mais com o modelo político que estava vigorando e só trazia bônus aos detentores do poder.

- Nenhum Governante tem a segurança de que vai ser reeleito em 2014 -
      Passada a turbulência das manifestações, tudo foi esquecido, ou quase tudo, por que os políticos buscam meios de criminalizar as formas de protestos que poderão se repetir no ano de 2014 e até pela proximidade, entre Copa do Mundo e Eleições, as autoridades temem que o período de insatisfação se prolongue mais no ano que vem e os simples protestos acabem de fato se tornando uma “Primavera brasileira”. Os atos de vandalismo que acabaram por roubar literalmente a cena das manifestações por todo o Brasil, tendem a desqualificar os movimentos e acabam por afugentar dos locais de manifestações, o cidadão de bem que até gostaria de engrossar o coro contra os desmandos que ocorrem, mas acaba inibido de fazê-lo por não concordar com a forma com que as reivindicações estão sendo feitas.

     Por tudo o que aconteceu, vem acontecendo, e ainda poderá acontecer, podemos concluir que as verdadeiras reivindicações podem ser feitas de maneira eficaz, nas urnas em Outubro do ano que vem. As eleições vão proporcionar ao eleitor o direito de fazer da sua manifestação, uma verdadeira revolução, sem que para isso seja necessário depredar o patrimônio publico e nem o privado; ninguém precisará enfrentar a força policial e suas armas quase sempre letais; e muito menos correr o risco de não ver seus anseios e vontades respeitados por quem vai estar no poder.

       O Brasil e sua gente vivem um momento em que precisa refletir sobre a classe política, suas funções e utilidades; o momento oportuno é este que se avizinha a chamada chance única de expor o sentimento de indignação ou de conformismo. A figura política brasileira, a qual pode tudo e não respeita nada, precisa ser repensada, mas só o eleitor consciente pode promover esta reflexão e as mudanças necessárias, através de um protesto pacífico e que seja digno de aplausos por toda a nação.

     Muito se ouve nas ruas ou lemos por ai que as mudanças vão ocorrer no pleito de 2014, mas é pouco provável que tenhamos uma reviravolta política que modifique de fato tudo o que acontece hoje. O fato de não acreditar que esta mudança emane do povo para o seu próprio benefício, vem da postura que o eleitor tem diante da chance de promover algo diferente a cada quatro anos e não o faz, a tendência quase sempre é dar mais um crédito de confiança a quem já esta no poder e muitas vezes têm como alegação que o tempo de um mandato é muito curto para fazer jus ao esta confiança nele depositada e que seria fundamental que tivesse mais tempo para representar o cidadão e defendê-lo, como o eleitor espera que o político faça ao ser eleito.

       Mudança apenas pela mudança não vai resolver os problemas da nação, o eleitor consciente precisa ler com lupa o enunciado dos planos de governo e prestar bastante atenção no que promete o seu candidato. Algo fantástico demais ou fora dos padrões legais é motivo suficiente para que o cidadão rechace as pretensões de um político ou partido, pois se não há amparo legal para realizar tal empreitada, fica claro que em nenhum momento ele quer satisfazer os anseios e atender as necessidades de seus eleitores, quer apenas e tão somente tomar para si o poder que os votos dos cidadãos de bem podem lhe proporcionar.

        Mas pior ainda do que aquele que faz promessas mirabolantes que jamais vão sair do papel, são os politiqueiros que querem induzir o eleitor a lhe conferir um mandato, mas sem perspectivas de melhorar nada, para isso abusam da boa fé do eleitor, falando mal de outros candidatos e se intitulando como diferente.

        Esta diferença pode ser percebida pelo eleitor ao verificar o histórico de cada candidato, o que ele já fez com quem esteve marchando lado a lado nos últimos anos e daí tirar uma conclusão se ele é ou não confiável para exercer um mandato e de fato representá-lo na esfera de poder para qual será eleito.

       Em 2014 teremos antes do embate nas urnas, uma Copa do Mundo emblemática em vários sentidos, pois a atração vai dar visibilidade a quem resolver mostrar indignação com governos, corrupção e a própria Copa do Mundo, que é um evento rentável ao país, se for bem explorado, mas que por causa dos desvios de verba e superfaturamentos, acaba atraindo a ira da população que entendem que o país tinha outras prioridades, além de encher os cofres da FIFA. 

      A situação tem tirado o sono dos governos em todas as esferas, pois é preciso se precaver dos problemas causados pelos protestos, sem ferir a Democracia e impedir o direito constitucional do cidadão poder se manifestar.

     As manifestações começaram por conta de míseros vinte centavos este ano, mas que em 2014 podem ressurgir ainda mais fortes por conta de milhões que dizem estar sendo empregada em novas ou velhas obras pelo Brasil a fora. Neste aspecto o cidadão eleitor precisa ficar mesmo atento, pois muitos governantes passaram quase três anos sem promover ações de infraestrutura e de repente vem ai uma avalanche de inaugurações de obras inacabadas e que provavelmente jamais serão concluídas. 

      Aqueles vinte centavos que deram origem a tudo o que vimos este ano, soaram como desaforo pelo mau uso do dinheiro publico, a falta de retorno em forma de benefícios ao cidadão e em muitos casos soa mesmo como desaforo, os impostos servirem apenas para dar boa vida aos políticos e os seus agregados.

     É mas 2014 esta chegando e com ele a chance das pessoas demonstrarem de forma pacifica ordeira e eficiente, qual é a sua vontade, o que realmente pretendem do político para com a sociedade e quem eles querem para ser o seu representante. Eleitor que não presta atenção em plano de governo, não verifica as possibilidades dos compromissos de campanha ser cumpridos ou que não conhece o histórico de quem esta pedindo o seu voto, é um eleitor fadado a se frustrar com quem ele vai eleger isso quando não aceita negociar seu apoio em troca de dinheiro ou promessas ainda mais vazias do que as que compõem os compromissos de campanha.

     Vivemos a era da comunicação, onde a informação viaja numa velocidade impressionante, e justamente por isso, é perfeitamente aceitável que uma pessoa alegue que votou errado por excesso de conhecimento sobre o seu candidato e que jamais tente se justificar pelo fato não ter informação sobre ele, seus projetos e seus parceiros.

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